"Toda a sua vida tinha sido ensinado a não mentir. Então porque é que agora, em frente àquela gigantesca multidão de pessoas, súbditos dos seus pais, seus súbditos, e do seu reino, subscrevia a maior mentira com que alguma vez se tinha deparado? A mentira, que, ainda que calado, o obrigava a admitir que não havia mais ninguém. Quando havia. Em cada canto do seu ser havia outra pessoa. A sua pessoa. O seu grande amor. Levado pelas mãos cruéis do destino para longe de si."
Para Merin e Rigel tudo começara, uns anos antes, numa tarde ensolarada dentro de um buraco numa árvore. Para Merin, a deliciosa e espantosa aventura de ter, finalmente, um amigo. Para Rigel, um mistério despertado por um toque.
No entanto, se é certo que o Sol faz parecer tudo eterno e feliz, é igualmente certo que a noite vem para revelar segredos e sombras. E a noite, apesar de tudo, chega sempre.
Caberá a Merin e a Rigel descobrir que, ainda que a noite seja escura, nem a escuridão nem o silêncio são totais. Há estrelas. Há o vento.
"Diz que é ilusão
Que tô tentando chamar atenção
Que eu sou só mais um sem coração
Igual a mim, já viu mais de um milhão por aí
Mais um vilão
Não é novela ou filme de ação
Me lembrei de uma velha canção
Dizendo que eu nunca fui tão bom assim..."