Uma semana após meu aniversário de dezesseis anos foi quando nossos lábios se tocaram pela primeira vez em um selinho desajeitado, afinal por aquele breve período ele era apenas dois anos mais velho do que eu. No verão dos dezessete eu finalmente o beijei de verdade. Daquele dia em diante, se me restavam dúvidas do nosso "a longo prazo", elas certamente haviam desaparecido. Também a partir daquele dia passei a me sentir um tanto egoísta quando pensava nele e no mesmo instante olhava para o céu e pedia a Deus para que ele também estivesse pensando em mim. Na minha formatura aos dezoito nós nem ao menos nos encaramos após ele me parabenizar com um sorriso de lado e totalmente sem graça. Alguma coisa havia mudado. E embora aquilo me machucasse bem lá no fundo, eu sabia que não devia ter criado qualquer resquício de esperança. A faculdade estava logo aí e meu coração partido vinha de brinde.