"E de morrer a cada vez de novo; e de um novo - a cada tempo -, um grito. E este cada novo grito, seco e a sangue, descer na garganta. E me matar sofrendo. Pois pelo fim já basta.
Que dói mais agora essa - a nova dor - se última? Se dessa, não mais outra; agora só um sono!
Eu quero morrer, diabo! Tenho esse direito. De pelo menos deixar de existir, já que nem isso pude em pleno.
E agora tenho que pensar no que o mundo vai sentir em minha falta? E quando foi que o mundo pensou no que eu sentia todos esses tempos? Não vou sofrer pelo deleite da presença, se minha morte é apenas uma casca de machucado arrancada, que logo passa da ardência para o esquecimento.
Eu quero morrer. Eu quero muito morrer. Muito, muito, muito. Nunca quis tanto morrer. É uma vontade irrefreável, inenarrável, irresoluta. É uma vontade imanentemente latente do próprio ser. E como o indivíduo se afirma da vontade, nessa força então eu descrevo quem sou.
Eu quero morrer com a vontade que se sente na palma a textura, e que se esvai pelos dedos como ar e some. Como se sempre vivesse com aquilo e agora lhe é arrancado, amputado, rasgado da carne. E o que resta é a dor, amarga, azeda e fedida. O desespero. A angústia. Com a saudade da morte, como se a vida fosse um luto. Como se sempre estivesse morto e agora sou castigado com a vivacidade. Não me lembro como era antes de nascer, a inexistência. Mas se tem algo que quero é não sentir mais nada."
Camila é uma mulher forte e sonhadora. Ela mora com o pai desde pequena, porém a relação dela com seu pai, Saulo, não é das melhores. Ele é um homem usuário de drogas e alcoólatra, o que faz com que a relação dos dois fique mais conturbada, deixando seu pai mais agressivo. Ela tem um irmão, Hugo, que é muito apegado a ela, porém não mora com ela, mas a saudade só os aproxima e torna o amor deles cada vez mais forte. Ela não conheceu sua mãe, já que ela morreu de uma doença rara, pivô para que Camila fosse morar com seu pai, que a batia e maltratava. Por seu vício, acabou acumulando muitas dívidas e ao se ver no meio do fogo crusado, devendo dinheiro para o dono do morro, decidiu que sua filha seria uma ótima moeda de troca.
E é assim que a nossa história começa, Camila é dada ao dono do morro do Alemão.
PS: ESSA HISTÓRIA É DE AUTORIA MINHA, SEM COPIAR NADA DE NINGUÉM!
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