No limiar do século XXII, o homem descobre aquilo que poderá ser o método definitivo para singrar as enormes distâncias entre os astros. O campo de probabilidades abria-se, permitindo o deslocamento através do espaço entre os espaços; possibilitando anular os paradoxos teorizados até então sobre os efeitos (e restrições) comuns ao trânsito para além de nosso sistema solar. O tempo se extinguia para o homem, pois a Terra estava condenada. Sua carcaça moribunda poderia sustentar a vida por mais duas gerações até, finalmente, colapsar de forma irreversível. Seriam necessários milhares de anos (dos quais a humanidade não poderia dar-se ao luxo de dispor) para que o antigo planeta azul fosse capaz de recuperar-se dos danos impostos a si por seus mais ingratos filhos. Um pensador das primeiras décadas do século XXI afirmou, certa vez, que a espécie humana comporta-se de forma semelhante a um vírus: invade, procria, devora, procria mais e, finalmente, destrói o hospedeiro. Nem mesmo a escassez de água e alimento conseguiam arrefecer o ímpeto reprodutivo de uma raça cujas expectativa e qualidade de vida haviam caído drasticamente ao passo que ciência e tecnologia encontravam seu ápice. A tripulação do VTQ 1.0 ou Nautilus, parte numa viagem de teste ao planeta vermelho, para validar as teorias desenvolvidas pelos mais brilhantes parafísicos de sua época, sem imaginar que sua jornada os levará a encontrar muito além do esperado.
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