E eu estava sozinha lá, no meio da rua. Olhava para todos os lados possíveis, mas sem uma única alma viva. Todas as portas da rua estavam abertas. Todas, sem exceção. Portas de garagem, das lojas, das casas, portas de box de banheiros. O que fazer agora? Então eu me sentei no chão. Eu era uma garota de 16 anos, sozinha. Fiquei olhando para um ponto fixo no meio do nada. O que aconteceu aqui? Porque não tem ninguém na cidade? Cadê os carros? Porque todas as portas estão abertas? Onde está todo mundo? Não vamos levá-la. Uma luz forte tomou conta da minha visão. Alguém estava do meu lado, pronunciando palavras que eu não conseguia distinguir. Uma dor de cabeça muito forte estava me consumindo, eu não sabia onde estava ou o que estava fazendo ali. Ouvi o que achei que era um sussurro, que dizia “Não vamos levá-la”. Não vamos levá-la? Não vamos levá-la pra onde? Quem vai levar quem? Seria eu? Nesse momento, tentei levantar da superfície dura e fria em que me encontrava deitada. Fui detida no mesmo instante. Uma mão foi colocada na minha cabeça, e senti uma vontade irresistível de dormir. Não vamos levá-la.
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