Sinto-me enganada Pelo meu próprio coração Eu já não deveria sentir nada Já não deveria estar tão perto do chão Rastejando por um solo que arranha Deixando marcas no exterior Mas é esta dor que me apanha Que faz doer mais as feridas do interior Facadas constantes Num coração já tão fraco Sabendo que nada é como dantes Partindo-se mais um pedaço Por quanto mais tempo Irá este soldado lutar? Cada vez mais se enche de veneno Querendo ver tudo isto terminar Cego por algo inexistente Desejoso de voltar a viver naquele tempo Que tanto fez sorrir E agora só faz chorar Torna-se uma vontade enorme De gritar a todo o mundo Dizendo que não me conformo Com este coração vagabundo Pois é verdade que o é Vivendo nas ruas da amargura Não se consegue pôr de pé Pensando não haver cura Pedindo ajuda a quem passa Mas ninguém parece ouvir Nem um mar de lágrimas trespassa A vontade de a alguém acudir E assim permanece no chão O soldado que quase se dá por vencido Fazendo vénia à paixão Que o deixou destruído