São Paulo, agosto de 2021 - A boa safra de ventos deste ano tem sido uma aliada importante para o Brasil enfrentar a severa crise hídrica que ameaça o abastecimento de energia no País. O mês de julho foi marcado por sucessivos recordes da geração eólica no Nordeste e a região, que há alguns anos era mera coadjuvante no setor, assumiu o protagonismo na exportação de energia renovável para outras regiões do Brasil, como o Sudeste e Centro-Oeste. Em agosto a geração eólica manteve-se em alta e foi imprescindível para que o país não amargasse uma volta ao túnel do tempo com o apagão nos idos de 1999.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a região Nordeste gerou em julho 11.094 MW médios, montante capaz de atender a 100% da demanda da região. "Atualmente, a energia eólica representa 10,7% da matriz elétrica do Brasil e a expectativa é que a fonte alcance 11,2%, enquanto a solar representa 1,9% da matriz elétrica do país com potencial para atingir 2,6% até o fim de 2021", diz a organização.
A severa estiagem tem agitado os agentes do mercado desde geradoras, distribuidoras, comercializadoras, associações, até órgãos reguladores. E não é para menos. Os especialistas mais otimistas afirmam que o Brasil está muito próximo de um racionamento e os pessimistas alardeiam um provável apagão no fornecimento de energia, gerando impacto negativo no Produto Interno Bruto (PIB) ainda neste ano.
A situação seria ainda mais complicada se não fosse a excelente safra dos ventos que tem contribuído para mitigar os riscos de desabastecimento. "Hoje, as eólicas já atendem por ano em média mais de 10% da demanda de energia no Brasil e agora no segundo semestre a previsão é que este percentual atinja cerca de 20% de abastecimento", afirma Renato Amaral, sócio da RFA Holding e fundador da Renova Energia, pioneira na geração de energia por meio da fonte eólica e uma das principais companhias do mercado.Hak Cipta Dilindungi Undang-Undang