"Quando o ser humano se julga superior a todas as criaturas e se considera um deus acima de tudo e de todos, espalhando a sua arrogância e prepotência por entre os seus semelhantes e destruindo as belezas deste mundo por ganância e prazer doentio, com certeza! É toda a demonstração da sua estupidez humana." Essa citação estabelece o tema central: a arrogância e a autodestruição da humanidade.
Raven, a adolescente de 17 anos, carrega o peso de uma infância marcada pela perda precoce da mãe e pelo abandono do pai. A vida no orfanato não é fácil; ela é uma solitária, rotulada de "aberração", não por sua origem, mas por sua personalidade rebelde, postura defensiva e hábitos um tanto... Peculiares. O ódio que sente pelo mundo é um escudo contra a dor, uma maneira de se proteger de novas decepções. A única exceção a esse ódio é Mina, sua melhor amiga, um porto seguro em meio à tempestade, ou era, antes de ser adotada e se mudar para longe.
Porém, à chegada de sete garotos ricos e generosos ao orfanato, quebra a rotina de Raven. Enquanto eles se encantam com sua beleza e mistério, ela os vê como mais uma ameaça, uma intrusão em sua solitária fortaleza. A possibilidade de adoção, que eles consideram, é para ela um conceito assustador, a ideia de se entregar à vulnerabilidade e à dependência. Raven, acostumada a resolver seus problemas sozinha, se vê pela primeira vez diante de um desafio que pode ser maior do que ela. Sua independência e autossuficiência, que antes a protegiam, agora podem se tornar sua própria armadilha. A citação inicial, portanto, serve como um espelho para o comportamento de Raven, que, em sua própria maneira, espelha a arrogância e a autodestruição da humanidade.