Ela não sabia o próprio nome e isso estava prestes a deixa-la louca. Entretanto, em meio ao desespero existia algo familiar e calmante nos olhos daquela estranha. Um sentimento com o poder de acalmar a tempestade dentro da mente da mulher mais velha, acionado dentro da alma da mesma com apenas uma troca de olhares. Com boas maneiras e um sorriso encantador, essa Rita Farr conquistou seu caminho de maneira quase instantânea até o coração de Laura de Mille, a viajante do tempo sem memórias.
E deveria ser unilateral. Porque Rita Farr não sucumbe a sentimentos como esses desde que Steve Dayton e sua curiosidade incessante a feriram em 1958. Mas ainda assim, existe algo nessa estranha, essa Shannon - ou melhor, Laura -, que faz com que Rita anseie ajuda-la e enxugar suas lagrimas gentilmente. Por isso, quando eventualmente essa necessidade se transforma em um desejo de beija-la, Rita fica em paz em saber que faria qualquer coisa para ajudar a mulher mais velha a encontrar seu verdadeiro eu.
Mas o que nenhuma das duas desconfiava é que o sentimento que cresce e acalma o coração de ambas já estava adormecido na alma delas desde 1917, e é o anseio de Rita em ajudar a viajante de cabelos selvagens que traz essa realidade a superfície.