Ela esfregou as mãos calejadas em sua pele ressecada e machucada. Lágrimas embaçavam sua visão e tornavam tudo inevitavelmente pavoroso. Se alguma vez contemplou sua vida com deleite, nem se lembrava mais.
Nada mais realçava autoridade como o silêncio daquele velho banheiro. Esplendor dos fortes e o refúgio dos fracos.
Ela olhou profundamente os detalhes da sua figura esguia refletida no espelho manchado, e com uma expressão decepcionada, direcionada para si mesma, perguntou:
"Você está se apaixonando? Tenho a sensação de que está..."
E seus joelhos fizeram contato com o chão.
Nesta noite, ela chorou e chorou, até não aguentar mais o peso das próprias pálpebras.
"O amor dói."
Seu amor por ele queimava.