Eu já havia desistido de abrir meu coração, não permitia que ninguém se aproximasse, nem mesmo ousava conhecer novas pessoas. Eu tinha aprendido a viver minha solitude, curtir minha própria companhia, para quê eu iria colocar minha paz em perigo?
Passei da fase de ficar brincando de roleta russa com o amor, tentei ser sempre a melhor versão de mim, mesmo em meio às minhas imperfeições. Busquei ser o cara diferente, dissociado dos rótulos. Jamais almejei os títulos de pegador, cafajeste, infiel e afins. Infelizmente, no fim das contas, eu sempre estava só e aqueles que colavam esses adjetivos na testa viviam cercados de garotas.
A poesia, os textos que eu escrevia, as cartas endereçadas ao amado ninguém, todo meu sentimento materializado em palavras que eu fazia questão de ler e depois queimar, era por onde eu desaguava tudo o que em meu peito represava. Já estava traçado o meu destino. Eu seria o típico coroa, solteirão, morando sozinho, em uma cidade distante, quem sabe até em outro país, trancado em meu apartamento 10x20m, sentado em minha poltrona, com o cálice do meu vinho tinto do Porto 30 anos, meu Hamlet marcado na página 96 sobre a mesinha que me ladeia e queimando na lareira as poesias que escrevi para ninguém.
Jamais poderia imaginar que um amor do passado ousaria tentar interromper todos os meus planos de solidão. Assumo que senti todo o meu corpo tremer ao contemplá-la na varanda daquela casa que havia deixado para trás há tantos anos. Meu coração quis gritar, consegui contê-lo. Não sei por quanto tempo irei resistir. Acredito que, aquela mágoa que foi reacesa junto a antiga paixão, será o bastante para me impedir de render-me aos encantos da Menina da Minha Rua.
Amélia Ferrari acaba de voltar do internato de Londres depois de 3 anos. Ela só não imaginava que esse tempo fora viria cheio de surpresas, começando com algumas notícias sobre sua família circulando pelo país e a decadência da empresa da família. No entanto, a pior notícia que Amélia poderia receber é que está prometida a se casar com um desconhecido chamado Renzo Santoro para salvar a empresa. Amélia não quer se casar, muito menos com alguém que não conhece. Afinal, ela só tem 19 anos e não aproveitou nada da vida.
Renzo é um mulherengo e frio que odeia relacionamentos. A única razão pela qual ele aceitou se casar com uma desconhecida foi porque seu pai impôs isso para salvar sua reputação de mulherengo e fazê-lo se tornar um homem de família.
Não aceito adaptações das minhas obras.