Meus pés roçavam na beira do parapeito da janela do apartamento da minha tia, que ficava no décimo quarto andar do prédio em que a mesma morava.
-Por quê eu estou aqui? Porque eu quero morrer, dã.- Respondi, impaciente.
-E por quê você quer morrer?- Ele perguntou novamente, aumentando a minha impaciência.
-Caralh...
-Só depois que você me contar.
-Não.
-Então eu não vou deixar você se matar.- Ele sorriu, se debochando de mim.- Se jogar de um prédio de quatorze andares não é exatamente... Comum.
-Jura? Que surpresa. Sai da frente!
-Ok, quantos e quais são os motivos.
-1-Você, 2-Pode, 3-Ir, 4-Se, 5- Ferrar.
-Legal, cinco motivos. É um avanço.- Não segurei o riso, e por isso, rimos juntos.
-Ok. Se eu te contar você me deixa em paz?
-Sim.- Seu sorriso de canto era bonito.
- Ok.- Consenti. Para quem estava tentando se matar, eu estava bem viva.