Joana Sharp nunca pensou que iria gostar de ser o centro das atenções. Nunca pensou que iniciar uma nova jornada apostando em algo que acredita, iria lhe trazer tantos benefícios - financeiro, mental e pessoal -, também não pensou que dinheiro e visibilidade vinham com o pacote extra de reconhecimento, interesse, portas abertas e no meio de tudo o bônus de inúmeros convites ppara jantares, festas, sexo e companhias noturnas.
Por passar dos trinta achou que já sabia tudo sobre as desenvolturas de duas pessoas entre quatro paredes, mas nunca chegou perto do real prazer; nunca tinha molhado a calcinha só pela expectativa do toque do parceiro, nunca teve que prender um gemido para não ser castigada, nunca esperou ansiosa e trêmula por um orgasmo, as pernas nunca falharam ao reconhecer um cheiro, ela sequer já cogitou que pode haver mais de duas pessoas na mesma cama.
Pelo menos até conhecê-lo.
Até ele atiça-la e envolvê-la na onda de luxúria mais arrebatadora e surpreendente que já sentiu - a um nível que ultrapassa a sensatez.
Orfeu Kalyvas é a própria definição de Deus Grego. Clichê, mas é verdade.
Tem o pecado tatuado na testa, a promessa da luxúria brilha pelo seu corpo e irradia a sua atenção igual letreiros de neon; ele é direto, duro, cru na essência mais tocante que ela já viu. Ele é diferente, obviamente não teme nada, gosta de coisas que ela nunca pensou existir, fala o que vem na mente, o que quer, o que não quer, o que gosta e o que repudia.
É aquele homem que fode com o seu psicológico antes mesmo de tocar o seu corpo, ele é tudo o que a Joana mais evita.
E então eu, como uma mera narradora onisciente, pergunto:
Se é mito que os opostos se atraem, por que ela não consegue evitar a sua cama?
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