Solidão. Esse sentimento era seu diário companheiro. Ela era inabalável como seus diamantes, era forte e se achava invencível. Mas ela caiu, ela foi vencida pelo mas pelo cansaço. Pela falta de amor e principalmente pela solidão, em que finalmente se enxergou encontrar. Ela desejou ser como suas jóias, afinal, elas não sentiam dor. Verdade seja dita, ela desejou ser qualquer pedra que fosse, apenas pra esquecer o sofrimento que dia após dia ela carregava sozinha. Seu império havia caído. Tudo que ela lutou para erguer na vida, tudo que ela julgou ser mais importante, foi caindo aos seus pés, parte por parte. E o que havia restado era torturante. Ela amava José Alfredo, era a mais pura verdade de sua vida. Nunca escondeu ou negou a ninguém esse fato. Fez tudo por ele. O amou acima de tudo e de todos , dedicou a ele seu trabalho e sua vida. Tiveram filhos, construíram um império, uma imagem, um nome, um status, uma família. Foi em nome de tudo isso que ela se sacrificou. Suportou por ele e pelos filhos as humilhações, o desprezo, a falta de amor, de empatia e até as traições. Ela abriu mão de sua própria felicidade e aceitou as migalhas que recebia. Sofreu calada. Mas recebeu os últimos golpes e finalmente caiu. Sozinha ela se encontrava, mas não por muito tempo. Seu passado guardava lembranças. Uma delas, inclusive, estava bem vivo e atendia pelo nome Fernando. Alguém que lembraria à ela o que era ser amada e lhe daria muito mais do que isso. O destino lhes pregou uma peça, afinal, ela não se imaginaria grávida depois de uma única noite ao lado dele. Mas o destino é assim. Marta aprenderia a se deixar levar, pelo amor, pela paciência, pelas coisas boas, as que realmente importam. Mas o fato de estar grávida de um antigo amor do passado, não seria nem de longe o maior dos seus problemas! Seria o melhor talvez. Mas nem o de longe o maior.
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