Caliandra Oliveira estava em êxtase ao finalmente encontrar na castanha de Sapucaia o componente químico que lhe faria finalizar o doutorado com êxito e glórias, além é claro, da possibilidade de conseguir uma patente muito vantajosa. Não era todos os dias que alguém encontrava propriedades tão deliciosamente interessantes em um produto até então tão ignorado pelo mercado. Exercício físico em cápsulas era o sonho de muitos e se dependesse dela se tornaria uma realidade. O que nunca poderia imaginar é que antes que tivesse a oportunidade de finalizar sua pesquisa, esta fosse roubada correndo o risco de ser patenteada por um grande laboratório. Anos de trabalho incessante parecem prestes a ir para o buraco, já que não havia possibilidade de continuar os estudos, quando surge uma oportunidade com medidas iguais de esperança e desgraça lhe deixando em um beco sem saída. Precisava vender a alma justamente para o demônio que havia a roubado. Sua arquirrival, o ser humano mais detestável do planeta, a pedra em seu sapato, os dois caras em uma moto da noite da sua vida, o pote de sorvete repleto de feijão da sua geladeira, a meia molhada dentro do seu sapato, mais conhecida com Lis Dubois, mesmo após ter lhe roubado, oferece a oportunidade de continuar sua pesquisa com todos os recursos garantidos e a promessa de alta porcentagem em uma possível patente. A proposta seria seu paraíso pessoal se isso não incluísse assinar um contrato com o diabo. Seria funcionária da mulher por no mínimo dois anos e isso lhe parecia uma passagem para o inferno. Precisava escolher o que lhe era mais importante, quanto de Lis poderia aguentar por sua pesquisa?
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