Homenzinho

Um homem percorre uma mansão fugindo de uma agitada festa de casamento da qual não deseja fazer parte. Ele caminha até a acolhedora biblioteca de madeira, que costumava ser seu lugar favorito na enorme casa, mas se depara, então, com algo inesperado: ao lado do tapete, há um par de sapatos de bico fino jogados displicentemente. Uma outra charmosa convidada já está lá, descalça, escondendo-se entre os livros - e com uma garrafa de vinho surrupiada de uma das mesas do casório lhe fazendo companhia. Quem é essa mulher? Por que ela o faz se sentir tão visto? Como duas almas postas na prateleira da vida pelo dever, pela aparência e pelas expectativas podem encontrar tanto conforto uma com a outra? A única coisa que ele sabe é que, naquela noite, naquele lugar, ele se sente livre. Com ela. Principalmente quando ela o chama de... "homenzinho".