"Quase Quarenta" têm um duplo sentido. O Censo do IBGE, que está em curso enquanto esse livro foi escrito, deve apontar que cristãos evangélicos já são entre 30% e 40% da população brasileira. O outro sentido remete ao homem de meia-idade, que já está beirando os quarenta anos. O que esses dois recortes têm em comum? Ambos estão desfrutando agora da conquista dos pequenos privilégios que passaram a vida para conquistar. E, como tudo aquilo que é conquistado com suor, ambos não querem ceder um centímetro que seja. E tanto a massa de novos cristãos quanto o homem de meia idade - grupos em intersecção -, se antes revolucionários querendo mudar o mundo, agora temem que os próximos da fila queiram propor as mudanças que os colocarão em um suposto desconforto. E para defender o seu lugar à janelinha - como temos visto nesse ano de eleições em que esse livro foi escrito - vale absolutamente tudo. Mas como um homem que pertence aos "quase quarenta" e que está atingindo "quase quarenta", uma pergunta tem surgido no meu coração: será que não estou firmando a minha casa na areia, ou será que não estou colocando o meu coração no pequeno conforto que está época está me dando? O quanto ainda espero pela Eternidade? O quanto o meu coração está folgando com esse mundo imperfeito? O quanto eu estou vendendo do meu caráter apenas para "ter a razão"? Porque, afinal, de que adianta ganhar o Brasil pra Cristo e perder a alma para o diabo? Mais vale uma sincera e humilde oração do que centenas de deputados dispostos a tudo pela "cruzada da moral" no Congresso. Publicado inteiramente em 06/10/2022All Rights Reserved