Andrew podia praticamente ver a imagem de Neil dormindo em seu peito, um dos pares de sapatinhos que ele comprou ainda ali na cama com eles. Neil parecia tão em paz, Andrew não conseguia parar de olhar para ele. Sua mão estava bem em cima da barriga de Neil, ele quase conseguia imaginar como eram os batimentos cardíacos das meninas ali.
Neil havia cantado uma canção naquela noite e Andrew memorizou cada nota porque, algum dia, ele também cantaria aquela mesma música para Neil e suas filhas.
Elas não poderiam ser mais desejadas, eles provavelmente nunca quiseram tanto alguma coisa em sua vida.
- Você não vai voltar a tocar em nenhum deles. - Andrew disse. Sua voz estava baixa e sua garganta doía. - Você não vai voltar a se aproximar da porra da minha família.
Harry sempre fez aquilo que os outros esperavam dele.
Quando seus tios o mandavam fazer a comida, ele fazia.
Quando foi para o mundo magico, foi lhe dito para lutar, ele lutou.
Por isso, Harry tem guardado esse segredo a muitos anos.
Quando aquela "tatuagem" surgiu em seu pulso, ele sabia muito bem o que significava. Mas ele deveria ser o herói. O menino que sobreviveu e derrotou o mal. O eleito a acabar com essa maldita guerra. Como ele poderia fazer algo que não fosse o esperado? Como ele poderia dar voz justamente a aquela maldição que se formou em seu braço?
NADA PODERIA FICAR EM SEU CAMINHO NAQUELA BATALHA.
Nem mesmo aquele que tomava seu coração e sua mente cada dia mais.
Então ele simplesmente se fechou. Ignorou. Escondeu. Fingiu que aquilo não fazia parte de si. Todos os dias aquela marca ardia mas ele não podia seder.
Mas a marca uma hora reclama sua vontade. E essa hora chegou.
Mas o que acontece quando ele tem um pequeno acidente e o seu segredo é descoberto por justamente aquele que nunca poderia saber?
Mas a marca uma hora reclama sua vontade. E essa hora chegou.
O que fazer?
A vida nunca mais seria a mesma.
Disso ele tinha certeza.