Ao entrarmos na Ponte Vasco da Gama, senti-me a levantar voo, como se de uma borboleta me tratasse, e entrei num misto de emoções, entre choro, lágrimas e sorrisos. Um misto de felicidade, com certeza do que estava a fazer, e ao mesmo tempo com pena de deixar os meus pais, e de ir ao incerto sem saber o que me espera no fim desta estrada longa. Mas já estou aqui em cima, bem alto, e só vejo o azul do Rio Tejo, à minha volta, enquanto Lisboa, fica lá atrás e é já só uma miragem. Enxuguei as lágrimas, e tentei conter esta expulsão de sentimentos, para ninguém dar por nada. Não queria passar este misto de sensações, para os outros passageiros. Eu não era a única passageira a viajar sozinha, ali dentro daqueles 14 metros com 4 rodas, iam mais raparigas na mesma situação do que eu. A decisão está tomada, é agora ou nunca.