Demetri tinha apenas um pensamento: Ser fiel a si mesmo era tudo que lhe restava dentro de um castelo tão frio. A fidelidade a si o mantinha fiel aos Volturi, no início, por sua própria sobrevivência, depois, pelos laços de amizade que criou.
Mas algo ainda faltava em si. Em mil anos, nunca havia sentido algo que o fizesse sentir-se ainda vivo. Por vezes via a si mesmo como apenas uma estátua ambulante, algo sem motivos para lutar além de um grande nome, o qual nem era seu.
Até que a viu. E, então, entendeu a razão de sua existência. Ela.
Anastácia era, de forma eufemista, problemática.
Agradecia por nascer nos anos 2000, pois alguns séculos mais cedo seria levada à fogueira, acusada de bruxaria.
Ainda assim, crescer numa família religiosa trouxe problemas. As suas dores de cabeça, suas imagens estranhas, eram vistas como o demônio em seu corpo, o que já lhe causara algumas sessões de exorcismo com um padre, amigo antigo de sua avó - que a detestava.
Exausta, Anastácia aproveitou uma oportunidade de fugir e assim o fez, aos 14 anos.
Jamais pensara que aos 15 encontraria aquilo que a avó teria certeza que eram demônios, mas quando ela realmente o viu pela primeira vez, achou que se parecia mais com um anjo. Com o seu anjo.
🥉 #caiusvolturi 31/10/2023