É possível controlar ou impedir o amor aflorar? Ainda que suas raízes sejam complexas e, em casos específicos, difíceis de compreender? A verdade é que não existe explicação lógica para esse sentimento, que sequer pede permissão para entrar; ele simplesmente envolve todos os nossos sentidos, de uma forma que é impossível escapar. Foi assim com ela. Com elas. Os dias de Soraya Thronicke no hospital eram extremamente corridos; cirurgias, ressonâncias, exames. Um infinito de coisas que exigiam somente o seu melhor. Até que um dia ela se permitiu desmoronar, cedeu ao peso constante em seus ombros e desabafou. Porém, não estava sozinha. E não esteve durante quase um ano. Entre aquelas quatro paredes e os aparelhos que mantinham a morena viva, Soraya encontrava-se em uma via de mão única, sempre à espera de uma reação, de poder contemplar o brilho dos olhos castanhos da mulher desconhecida.