O U T S I D E R

A representação do medo em sua epiderme mais firme, um véu oculto de mentiras e verdades escondidas por uma camada de dor.

Seu espectro conflitante só quer se livrar das próprias amarras, se esquecer dos próprios erros, aprender com as próprias dores, mas nem tudo é tão fácil, o sofrimento sempre lhe foi o comum, o aceitável. Kyoki não conhece uma realidade em que os seus sentimentos valham de algo, e por decisão própria decidiu não lhes dar a devida atenção, ela só não sabia que aquilo lhe causaria tanta mágoa.

A dualidade que separava a sua alma ─ conturbada por erros ─ das demais sempre lhe afastou dos seus verdadeiros objetivos, mas afinal, que objetivos? Não faz sentido lutar por algo que não existe, sua vontade própria não existe, sua vitalidade é uma casca vazia que pode ser facilmente varrida da existência.

Seus pedaços estão jogados no chão, e tudo que ela mais deseja é virar as costas e se jogar na imensidão.

Mas algo lhe impede.

Seria esse o medo de morrer?