Meu filho, Fernando d'Avilla,
Um nome que carrego com amor e dor.
Vejo tua vida refletida na fachada brilhante,
Mas nas sombras, sei que há um mar turbulento.
Uma casa grande, conforto material,
Boas notas, popularidade invejável.
Mas a verdade oculta, como um segredo sombrio,
Encontra nas drogas outras alegrias, um desvio.
Meu coração de mãe se enche de aflição,
Ao ver meu filho perder-se nessa escuridão.
O medo consome, dilacera minha alma,
Imploro aos céus que te livrem desse abismo de calma.
Meu amor, sinto tua dor escondida,
Em cada olhar distante, em cada lágrima perdida.
Anseio por compreender o que te levou por esse caminho,
E luto para encontrar uma saída, um destino.
Quisera eu poder abraçar-te e te proteger,
Resgatar a luz que um dia vi em teu ser.
Mas enfrento minha impotência, meu coração partido,
Enquanto o vício te consome, tão indefeso e perdido.
Noites em claro, sussurros de preces,
Rogando que encontres forças, que desfaças essas teias.
Tua dor é minha também, meu filho amado,
E mesmo em meio à tempestade, estarei ao teu lado.
Não desisto de ti, minha maior esperança,
Acredito em tua capacidade de encontrar a bonança.
Rogo aos céus por uma luz a iluminar teu caminho,
Para que a verdadeira alegria encontre e seja o teu abrigo.
Nesta jornada incerta, eu te darei meu apoio,
Pois és meu filho, e te amarei, mesmo no esforço.
Que a força do amor possa vencer essa batalha,
E que em ti ressurja a esperança, como uma andorinha que se espalha.
Tantas dores que eu tentei esconder
Queria tudo, me disseram: Isso não é pra você
Julgamentos nos fizeram perder
Livre demais pra quem não é, consigo entender
Usamos drogas pra esconder nossa dor
Diamantes nas correntes pra ofuscar nossa dor
Cravejamos o sorriso, não vão ver nossa dor
Pago dez mil nesse tênis, tô pisando na dor
Essa roupa é cara, foda-se, compra, quero esconder minha dor
Esse carro é caro, foda-se, compra, eu quero fugir da minha dor
Nada disso consegue me tirar essa dor
Estando onde tô, não sinto direito de sentir essa dor
Direito de sentir essa dor
Direito de sentir essa dor
Direito de sentir essa dor
Eu só tô tentando achar a autoestima que roubaram de mim
Que roubaram de mim, que roubaram de mim
Eu só tô tentando achar a autoestima que roubaram de mim
Foda, na festa da Vogue teve tanto estilo
Ocupo dedos com anéis pra não puxar gatilhos
Eu não te amo, desgraça
Furo nas minhas roupas
Não importa a marca
Fazendo mais bens que um papa
Me chama de papi
Motor da Benz nova abafando seu gemido
Foram vinte e cinco anos pra eu me achar lindo
Sempre tive o mesmo rosto
A moda que mudou de gosto
E agora querem que eu entenda
Seu afeto repentino
Eu só tô tentando achar, a autoestima, que roubaram de mim
Que roubaram de mim, que roubaram de mim
Eu só tô tentando achar, a autoestima, que roubaram de mim
Que roubaram de mim, que roubaram de mim