Dês que me lembro sempre quis que a minha vida fosse diferente. Longe das ruas, longe do perigo, longe da fome e principalmente longe da tristeza. Mas não foi isso que aconteceu. No lugar de uma vida perfeita (ou minimamente estável) o que eu consegui foi uma família que nunca deu às caras, missões assustadoras e com certeza suicidas, deuses babacas que precisam de supervisão vinte e quatro horas por dia, criaturas mágicas, realidades malucas, demônios sanguinários, dor no corpo, estresse e noites de sono mal dormidas. Com certeza não foi anda daquilo que eu pedi. Eu não era uma heroína e nunca nem pensei em ser. Quando se tem uma vida igual a que eu tive essa não é exatamente uma opção. Aquela espada em minhas mãos não era um símbolo de heroísmo e aqueles deuses escrotos não decidiriam o meu destino. Eu seria livre, não importa se tivesse que fazer o Olimpo inteiro o meu inimigo. Se para alcançar essa liberdade eu tivesse que fugir do único lugar seguro para crianças mentalmente instáveis como eu e partir em uma missão suicida para salvar meu melhor amigo então que fosse, iria fazer. Peguem as suas armas semideuses, e que a sorte esteja do nosso lado.
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