"Foram poesia quando dançavam de olhos fechados, e não havia nada mais poético do que duas mulheres lindas e donas de si provando do sabor da existência. Era bom porque elas estavam ali, no meio da avenida, com o cheirinho de mar adentrando suas narinas, com aquela música ensurdecedora e tanta gente ao redor. Mas na verdade, não parecia que ali tinha ninguém, porque estavam focadas demais em se sentirem livres e senhoras de si. Celebraram o feminino, dançando com os seus corpos de mulher-carnaval, e provando do riso, do ar, do mundo. Havia muito para ver na cidade de Maceió. Naquele bloquinho, não havia distinção de gente. Não havia universitários, professores, não havia homens, mulheres, não havia preto, não havia branco, não havia gay, não havia hétero. Havia gente. Havia gente provando da embriaguez de muitas bocas, de muitos sabores. Havia gente provando do entorpecer dos toques, havia gente provando da humanidade." Original. Sáfico. Capa por Laylinny