Meu Primeiro Vôo

MEU PRIMEIRO VOO

Certo dia eu saí de dentro de mim para sentir o mundo que estava perdido ao meu olhar, pois ultimamente eu só fazia reclamar, então resolvi caminhar descalço pela grama verde e macia, decorada por grandes e belas pedras brancas que pareciam cristais. Isso fica em uma rua próximo à minha casa, que é ladeada por uma reserva muito rica em plantas angiospérmicas, nome que define um grupo variado de plantas que dão flor. Meu olhar, guloso feito criança que quer comer e não faz questão de esconder a própria admiração, se deliciava com toda aquela beleza que é ignorada por boa parte das pessoas que, paralisadas e sem noção, vão se perdendo das coisas simples que podem nos trazer tanta satisfação.

As folhas secas caíam dos arvoredos que cercavam a minha solidão sem sentido, provocando um som que, aos meus ouvidos, era como uma música antiga que nos faz lembrar algo bom que deixamos para trás, talvez, um "EU" abandonado que a muito tempo não encontramos mais. A minha admiração pelas coisas simples que o meu olhar podia alcançar, começaram a mostrar-me o quão longe eu estava do homem que eu fui um dia. De certa forma, era como se parte de mim houvesse morrido nas preocupações e ocupações que se fazem presente na vida de qualquer um vivente, mas que, na verdade, não fazem parte da gente.