Esta é apenas mais uma carta descartada pelo meu fantasma de orgulho. Elas, todas elas; sempre amareladas, sempre cheirando a cigarro - mas que desgraça! Imagino, sempre, o que pensarias de mim caso visse-as. Estas palavras me doem tanto o peito, meu amor; e escrevê-las provam que perdi a noção de viver quando deixei de viver ao teu lado. Acabamos tão mal, e, me pergunto se é esse o sentimento de viver te amando mesmo depois de tudo: felicidade vira tristeza? Viver vira dor? Lembrança vira saudade? Odeio lê-las - sabe, as cartas? - e encontrar todas as respostas lá, escritas em linhas tortas de melancolia e covardia, sob o luar.
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