Mais um livro do jornalista Tasso Franco, 78, já conhecido dos leitões deste Wattpad com outras publicações em crônicas e ensaios. Em "O Andarilho da Cidade da Bahia" vos ofereço uma prosa poética, sabemos todos, sem rima, porém, com pé e cabeça, de minhas andanças pelas ruas e praças de Salvador, o que vem acontecendo desde 1963.
Muito tempo, diriam; ou tempo adequado (digo eu) com muita experiência em olhar a cidade do Salvador e sua gente, as transformações na arquitetura, nos transportes, nas artes, na culinária, no vestuário, enfim, no jeito de ser de um povo.
Povo antigo e ancestral do Brasil numa miscigenação de nativos tupinambás, africanos e seus descendentes, europeus portugueses (em sua maioria) e seus descendentes; e todos juntos e misturados formatando um euro-afro-baiano que é sui-generis, alegre, cantador, poético, entusiasmado e que vê, em quase tudo, um motivo para chiste, picardia, amor, música, dança, ginga, capoeira.
Gregório de Matos foi um desses poetas que era um "flâneur" de primeira categoria na "Cidade da Bahia", no século XVII; e outro poeta sensorial de escol foi Godofredo Filho, que viveu em meados do século XX.
Vês, pois, que trafegarei por um território de sábios, de grandes nomes da literatura, da música, das artes visuais, e quem conhece a obra do mais destacado deles, Jorge Amado (1912-2001) e muitos dos seus parceiros, todos andarilhos da barroca Salvador, dos seus botequins, ruas, praças, castelos, livrarias, igrejas, candomblés e cafés, o caminho envolve trilhas de saber e astúcia.
Sorte tive de conhecer muitos desses personagens da velha baiana mundana entre os quais, Calasans Neto (1932-2006) que ilustrou dois outros dos meus livros; e o mestre Vicente Pastinha (1889-1981) com quem aprendi a jogar capoeira angola no casarão do Largo do Pelourinho.
E outros que vivos ainda estão e ainda são "flâneurs" a subir e descer ladeiras, transpor praças e becos e astuciar o povo, dos ricos aos pob