O tempo da apresentação
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Ongoing, First published Mar 04, 2015
A paciência é a pressa do pescador,
Todos os mestres nascem da mesma espera.
Os sábios correm placidamente à calmaria,
E eu, que minha paz é explodir palavras 
a cada brotar de intenção,
acabo por não colher o benefício do trabalhado. 
Não sorvo o bem do tempo, 
sou tenso, intenso.
Sou raso!
Nada demora em mim mais que o tempo da apresentação.
Chega aparentar ser sina, nunca fazer as pazes com o perfeito.
Sou pressa!
E dela, a personificação em tudo. 
E isso me banaliza, empobrece e esgota.
Razão é  palavras filhas do momento certo de serem ditas, 
mas eu não sei esperar.
Não conheço a prosperidade de nada que demore mais que um momento pra ser gerado, 
Nem vitória que almeje na pausa o outro se trair e entregar, 
sou eu sempre quem me derroto 
nas profusões do que às vezes nem precisaria ter sido dito.
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