"Rio 450 anos, aquele abraço" ou "Perdoe-me, Gil, perdoe-me..."

(Um texto triste, inquieto e semi-desesperançado, embora amor pela Cidade eu tenha)

Apesar das balas perdidas dias sim, dias não, e do escândalo da PETROBRAS ter posto no chinelo o do mensalão, "O RIO DE JANEIRO CONTINUA LINDO"... Apesar da falta de leitos nos hospitais, da farsa das UPP's, do descaso com a educação durante todo o ano, "O RIO DE JANEIRO CONTINUA SENDO O RIO DE JANEIRO, FEVEREIRO E MARÇO", apesar do massacre da Escola Tasso da Silveira há 4 anos (e também por isso), "ALÔ, ALÔ REALENGO, AQUELE ABRAÇO". Apesar da roubalheira da cartolagem que desgraça o nosso futebol, da perda de patrocínios, da falta de investimentos, de não mantermos mais quatro grandes times na elite do futebol, da escassez de criações de novos Garrinchas, Gérsons, Dinamites e Zicos, "ALÔ TORCIDA DO FLAMENGO, AQUELE ABRAÇO". Mesmo nos deixando relegados a comunicadores e programas sensacionalistas, à falta de criatividade na TV, à extinção da divulgação das novidades do cenário da música nacional, esteja onde estiver, "CHACRINHA CONTINUA BALANÇANDO A PANÇA, E BUZINANDO A MOÇA E COMANDANDO A MASSA, E CONTINUA DANDO AS ORDENS NO TERREIRO", mas nosso Rio não suporta mais a falta do novo e o excesso da mediocridade em nossa cultura, que agoniza e quase morre, "ALÔ, ALÔ, SEU CHACRINHA, VELHO GUERREIRO, ALÔ, ALÔ, TEREZINHA", não conhecemos mais aos sábados os novos sambas-enredo, as novas bandas de rock, os novos cantores românticos e de MPB do "RIO DE JANEIRO, ALÔ, ALÔ SEU CHACRINHA, VELHO PALHAÇO, ALÔ, ALO TEREZINHA, AQUELE ABRAÇO"...