Dentro dos muros de um castelo, segredos devem permanecer enterrados - especialmente quando ameaçam a coroa. Em uma noite de tempestade, nas sombras geladas de um quarto sem vida, nasce o herdeiro da Inglaterra. A rainha, porém, não sobrevive ao parto, deixando o rei devastado, mas comprometido com a promessa de criar a criança com todo o seu amor e proteção.
Os anos passam, e com eles cresce a inquietação do monarca: por que o jovem herdeiro se parece tanto com uma garota? Em meio à ruína econômica provocada pela guerra com a França, o rei, em desespero, convoca o Papa e seus estudiosos. A resposta que recebe abala os alicerces do trono: a criança é intersexo. A igreja, implacável, condena a ideia de uma herdeira intersexo subir ao trono.
Mas o rei, com poder absoluto em mãos, não está disposto a abdicar de sua linhagem.
Com os cofres vazios e o povo à beira da revolta, surge a proposta do conselheiro real: selar a paz por meio de um casamento entre reinos. A herdeira da França também é uma mulher - uma união considerada impossível diante das tradições e da influência eclesiástica. Mas ambos os monarcas sabem: poucos ousariam desafiar a força combinada da igreja e da coroa.
Firmado por contrato, o matrimônio é condicionado à fertilidade da herdeira inglesa - uma exigência imposta pelo rei francês, desejoso de um neto que perpetue sua linhagem. O verdadeiro conflito começa após o casamento, quando as duas jovens rainhas - forçadas a se unir pelo poder, mas ligadas por algo mais profundo - percebem que a guerra que importa não é a travada com espadas, mas aquela contra o próprio sistema que tenta silenciá-las.
Em um mundo cada vez mais tenso por conflitos econômicos e políticos entre reinos, casamentos tem se tornado cada vez uma opção mais sensata para uma união confiável entre reinos. Quando o reino da França começa a se enrolar em dividas de décadas, e o reino da Holanda precisa de terras prosperas para plantação. Uma união pode parecer uma boa opção.
Annabela Reviere e Hermen Schade são dois opostos de uma moeda real. Filhos mais velhos, e destinados a carregar a coroa, mas um desejo em comum: não se casarem.
Porém seus deveres são colocados acima de uma vontade pessoal, e agora terão que lidar com esse casamento e seus deveres como futuros reis. Mas, como lidar com isso enquanto nenhum sentimento existem entre eles?
Traumas e magoas do passado que ele carrega, e magoas do presente que ela precisa superar. Será que esse casamento pode conter mais que sentimentos ruins?
Tudo isso enquanto evitam que esse conflito entre reinos se torne algo ainda pior.