Enquanto Apodrecemos

"Fui seu na morte, Évora. Por que não seria em vida?"

Após o desabamento trágico do hotel de sua família, uma das mais influentes na histórica e assombrada Ouro Preto, William é despojado dos privilégios de herdeiro que tanto desprezava. Cego pelo luto, ele se convence de que não sobreviveu ao desastre e passa a vagar como um morto-vivo por cemitérios e funerárias da cidade clamando por um enterro digno.

Nessa jornada, ele pede para ser embalsamado por Évora, uma tanatopraxista talentosa e solitária que cultiva fama de fantasma na república estudantil onde mora e que busca, em vão, calor na companhia dos cães de rua e sob inúmeras camadas de roupa.

Juntos, os dois serão forçados a dançar no limiar entre o conforto do delírio e a agonia do mundo real, ressignificando o conceito de vida após a morte.