Muitas das histórias de Erathya são consideradas belas e virtuosas, mas a maioria delas também é carregada de angústia e pesar, e esta não é uma exceção.
Por volta do ano de 4810, quando os impérios humanos já se estabeleciam por toda Erathya, o reinado de Astoria despontava como o maior de todos eles. Sua infraestrutura era exemplar e a localização privilegiada, mas seu forte estava no poderio militar, formado principalmente pelos paladinos da Ordem da Justiça, uma confraria ancestral, criada séculos antes de Astoria existir.
Emerithus I foi quem estabeleceu um batalhão da Ordem da Justiça no reinado, no ano de 4115, e também quem trouxe consigo a fé no Deus Kel'nidas, um elfo ascendido, descendente do milenar Asgariel com a deusa do Sol Miriam. Conhecido como o primeiro paladino, Kel'nidas viveu e lutou bravamente até sua eventual ascensão como um Deus da Luz, tornando-se então o guardião oficial dos paladinos, mas não antes de deixar seu senso de justiça e sabedoria para aqueles que puderam lhe seguir.
Quase 700 anos após a Ordem da Justiça ser estabelecida no reino de Astoria, muitos paladinos receberam o título de "Arauto da Justiça", a mais alta patente militar do reinado, e isso mais uma vez estava para acontecer. No entanto, o atual arauto Andrey, que pretendia se aposentar em alguns anos, mostrava dúvidas sobre quem seria seu sucessor. Os principais candidatos eram dois amigos, ambos paladinos promissores: Thérigor e Emerithus II.
A escolha sempre pesou para Emerithus II por conta de sua descendência real, porém, Thérigor, sem dúvidas, era aquele que melhor representava o senso de justiça que o Deus da Luz Kel'nidas havia deixado como herança para os paladinos. Devido a isso, Andrey decidiu apostar na jovialidade dos aspirantes e esperar alguns anos para sua decisão final.
Então é a partir daqui que esse conto tem seu início: o dia em que Thérigor teve seu primeiro e único filho, e como decorreu toda sua jornada.