Desde quando Rafael se lembra, sempre fora perdidamente apaixonado pelo desconhecido, por incógnitas e principalmente o sobrenatural; quase como se desde o início estivesse destinado a se juntar à Ordem Paranormal. O trabalho é árduo o suficiente para que nem mesmo sua paixão seja suficiente para esconder seu peso. Já perdeu as contas de quantas são as cicatrizes que cobrem seu corpo; mas sabe de cor o nome de todas as marcas deixadas em sua alma pela perda de colegas de profissão e inocentes. Ele já viu muito. Ele já sentiu muito. Mas a ideia de deixar a Ordem nunca sequer se passou por sua cabeça. Nem mesmo agora que se encontrava no meio do mar em direção a uma ilha extremamente longe da costa brasileira para uma missão. Ele não sabia o que esperar. Os relatórios que recebeu eram confusos e incertos, mas isto apenas servia para o deixar ainda mais empolgado com o que encontraria. Apenas não esperava que, após longas horas vagando por um mar interminável, o navio que abrigava a si, e mais quatro amigos, fosse afundar, não deixando escolha a não ser buscarem obrigo em uma ilha que avistaram logo à frente, mas que sequer aparecia nos mapas. Uma ilha que esconde segredos demais, mas que também consegue unir pessoas acima de qualquer barreira; até mesmo da linguística.