Assim que a vejo, me esqueço completamente de como fazer algo tão simples e natural como as trocas gasosas. Meu pulmão parece queimar e ingiro todo o whiskey em meu copo em uma necessidade exagerada de molhar a garganta. Ela está parada no meio salão, como se fosse a obra mais cara do Louvre esperando para ser admirada, e céus, como eu gastaria toda a eternidade contemplando-a.
Ela usa um vestido azul diferente de qualquer outro que eu já tenha visto, parecendo ter sido costurado em seu próprio corpo de tão bem que lhe cai. Ele é de cetim, longo, um tanto quanto solto na parte de baixo, com um decote em V na parte da frente, ressaltando seu colo e deixando as sardas da região em evidência. Como se já não fosse uma peça criminosa o bastante, havia um recorte redondo bem generoso na parte de trás, deixando toda suas costas visível.
Era uma puta de uma visão.
Uma puta de uma visão tentadora e pecaminosa.