Neste livro de contos intitulado "O Homem Verde do Ginásio" o jornalista baiano Tasso Franco, 78, vai narrar histórias de sua aldeia no sertão da Bahia terra de muitos encantados, de lobisomens e caiporas, serpentes voadoras e mulas e bodes de duas ou mais cabeças, narrados pela própria comunidade em encontro que foi realizado numa taberna e promovido pelo hebdomedário "O Serrinhense".
Os contos envolvem encantados, assombrações, horror, ventania, virtudes, narrativas bem populares de quem mora e convive com essas visagem, frequentemente, e muitos deles acreditam piamente nelas quando tomaram conhecimento ainda em criança e seguem acreditando mesmo depois de adultos e velhos.
Quem seria capaz de negar as caminhadas do lobisomen em várias trilhas a atocaiar e comer raposas e quando da falta destas invadir quintais de roças para roubar galinhas e devorá-las? Poucos. Porque a maioria, sobretudo aqueles que vivem nas roças, no breu da noite, acreditam piamente e alguns deles já entraram em lutas corporais com o malvado.
E o diabo? Esse ser tão temido e detestado pelos serrinhas, os habitantes da aldeia em tela, sim, ele existe na real e está por toda parte, nas visagens, nos negócios mal feitos, no pular da cerca da comadre para fornicar com o compadre amigo, na fala do monsenhor, em todos os lugares.
Nos contos, o jornalista também vai falar da menina que conversa com os bichos e até casou com um galo, da serpente que vive acorrentada e alimentada com aves para não se soltar e comer humanos, do campo de pouso de discos voadores muito usado na Serra, do pássaro rasga mortalha agourento, da morte do amor num samba do matadouro, do jogo de futebol que terminou 44x44, do homem verde do ginásio que come crianças, enfim, histórias bem pitorescas.
As ilustrações são do Stúdio Borega, um artista renomado da Bahia.