Eve Gaunt, uma jovem envolta em mistérios sombrios, carregava consigo uma maldição que a afligia profundamente: não ter a capacidade de reter as memórias de suas experiências vividas. Era uma realidade assustadora e solitária. Todos os dias, ela se questionava sobre as sensações que acompanham os momentos de paixão avassaladora, o amor que ela sentira e perdera repetidas vezes, os aniversários que deslizavam pela sua mente como grãos de areia em um relógio de ampulheta. O sabor doce de um sorvete no verão ou o aroma intoxicante de uma flor recém-desabrochada não permaneciam em sua memória. Eve existia em um eterno presente, onde o passado desaparecia rapidamente, evaporando-se como névoa matinal.