Crescer! Um verbo que me acompanhava depois de cada mundial de futebol. Só que crescer, no verão de 1990 depois do torneio disputado em Itália, significava desistir de um certo passado e arriscar um novo futuro completamente diferente de tudo o que vivera até ali. Era assustador e estimulante, e eu tentava fazer as coisas bem, para não perder o que não estava ainda preparada para largar. Como em tantas ocasiões da nossa vida, por muito cuidado que tenhamos, os resultados são diferentes daqueles que esperamos alcançar. As escolhas que acabei por fazer conduziram-me por um caminho em que, com toda a graciosidade, tive mesmo de desistir do que antes possuíra e aceitar o que me era oferecido. E cresci. Cresci para sempre. E tornei-me numa mulher.