19 parts Ongoing MatureHaelyn nasceu condenada antes mesmo de dar seu primeiro grito. Filha de um pai que a abandonou e de uma mãe que a culpava por existir, ela cresceu como um peso indesejado, um erro que ninguém quis carregar. Aos dezesseis anos, suas cicatrizes não eram apenas físicas, mas gravadas em sua alma: o silêncio de um pai que nunca voltou, os gritos de uma mãe afogada em álcool e raiva, e os golpes de um padrasto que fazia questão de lembrar que ela não era nada.
A casa onde vivia era mais fria que as ruas, e as ruas, mais cruéis que o próprio inferno. Em um mundo que prometia progresso, Haelyn só conhecia as promessas quebradas. Enquanto outros sonhavam em viver, ela sonhava apenas em escapar.
Mas, mesmo entre a dor, havia algo que a sustentava. Uma fúria silenciosa, uma vontade feroz de provar que não seria destruída. Não pela ausência de um pai, nem pela crueldade de uma mãe ou pela brutalidade de um sistema.
Porque, no fundo, Haelyn sabia: a dor pode destruir ou pode forjar algo mais forte. E ela escolheria lutar, mesmo que para isso precisasse queimar todos os muros à sua volta.
Ao contrário de Haelyn, Zad nasceu moldado pelas expectativas dos outros. Filho de um homem que via fraqueza como pecado e de uma mãe que nunca teve a chance de defendê-lo, cresceu como uma extensão dos sonhos de alguém que não era ele. Desde pequeno, aprendeu que errar não era uma opção, era traição.
As suas cicatrizes eram invisíveis, mas profundas: o peso de um sobrenome que exigia perfeição, a ausência de amor escondida atrás de medalhas e discursos vazios, e a solidão de carregar um fardo que nunca escolheu.