Havia sangue espalhado pelo cômodo.
O cheiro ferroso invadiu seu olfato, gerando um tremor que percorreu incontrolavelmente desde a nuca até a base da espinha do albino.
O sangue não era dela; Aesir podia dizê-lo pelo cheiro. Mesmo assim, a simples ideia de tê-la naquele quarto fez seu estômago se contrair, enojado.
A bruxa idiota estava sentada em sua poltrona, seus olhos fechados pacificamente como se estivesse sonhando, mas o peito imóvel denunciava a falta de sua respiração.
Há anos atrás, essa teria sido uma cena que ele assistiria com prazer.
Afinal, por causa dela, uma maldição havia caído sobre si, e por causa dela o draconiano vivia miseravelmente quando estavam separados. Então, por que a visão do corpo sem vida que lhe proclamava liberdade fazia seu peito arder de dor?
Aesir a caçou, fosse em Platinum ou em Aurium. Usou o segredo do crime que ela cometera como uma arma para mantê-la presa, mas agora...
Suas amarras e maldição se foram, porém não havia alegria ou alívio nisso. Em sua dor, um desejo hipócrita por tê-las de volta despertou um brilho em seus olhos violetas.
Ele conseguiria, nem que para isso tivesse que abrir mão de sua maior marca como dragão.
Vidigal, Rio de Janeiro.
Tempo vai nos afastar mas também vai nos encontrar, eu tô esperando cê voltar, vivendo a vida sem um amanhã.
Agatha e Meucci • I d a s e v i n d a s
@nyxzy_