Ao contrário do que muitos pensavam a morte não era um homem com uma foice e uma capa. Muito menos tinha sua face de caveira e seus dedos de ossos. A morte era uma mulher, de pele e osso. Trajada em um vestido preto, presa no seu mundo tedioso e arrogante. Tão arrogante como o fogo, e tão melodiosa como o canto das sereias. A morte tocava um lindo violino, em uma melodia refinada e pura dor. A morte gostava de como a temiam, ela se batizava de seus medos e amava-os como um dia amará a vida. A morte queimava seus pés no solo infernal, e pouco se importava com a dor que lhe causava.
Quando chegavam suas horas a melodia ressoava em seus ouvidos, em seus sonhos. Ela se divertia com suas almas antes de mandá-las para seus lugares ideais. Diziam que ela andará lado a lado com o diabo, talvez fosse verdade, ou não. Mas ela pouco se importava. Nem bem e nem mal ela se considerava, ela era o meio termo, e o meio termo sempre teve tendências a ser indeciso.
Mas um dia a morte foi uma humana, a mais bela de todas. E seus erros a transformaram no que ela se tornou hoje.
Encerramento: 10/01/2024