Dança de máscaras.

Quando os holofotes se acendem, Mia Leonina sorri. Não é difícil - o rosto aprendeu sozinho, moldado por anos de aplausos, entrevistas e contratos que exigiam mais do que talento: exigiam obediência.

Lá fora, é a maior voz de sua geração. A mulher que todos desejam, imitam, exaltam. Mas aqui dentro - na pausa entre um show e outro, no espelho desfocado do camarim ou no silêncio de uma madrugada qualquer - Mia não tem certeza se ainda sabe quem é.

Ela corre, sempre corre: dos fãs, da imprensa, dos contratos, das exigências, e agora, principalmente, de si mesma. Só que não há como fugir de uma vida que ela mesma assinou.

E no meio desse espetáculo - uma dança de máscaras tão perfeita que nem ela sabe mais quando está encenando -, um homem diferente aparece.
Alguém que não a idolatra, que não a quer como a artista, mas como a mulher por trás da maquiagem, da voz, da marca.

Será o suficiente?
Ou Mia já se perdeu para sempre no papel que o mundo escreveu para ela?

Esta não é apenas a história de uma estrela.
É a história de quem paga o preço por ser adorada.