"a enteada não queria ser mulher, muito menos mãe, queria Ser outra coisa que não fosse menino menina homem mulher. Era um Bicho? Queria mudar o nome, não tinha nome, a avó dissera que o nome seria Vitório, era vitorioso florescer a Identidade Sexual em algum momento."
Em O bicho do lodo, Oliveira Junior propõe uma inquietude sobre a invisibilidade social de alguns grupos minoritários. Com uma narrativa poética e bruta, o conto narra, sob várias perspectivas, um episódio trágico de abuso que a filha sofre e desde então foge de casa para viver a sua real identidade. Na rua, a protagonista narra questões sociais, econômicas e ambientais que precisam ser refletidas. A morte, o preconceito, a violência, o abuso, a fome e o inóspito são os alvos da narrativa confusa, inacabada e ansiosa de O bicho do lodo.