Pedro Henrique era uma pessoa forte, e sempre foi lembrado disso: filho mais velho de três irmãos e recém-nomeado chefe de família, ele não teve uma vida fácil, e suas obrigações foram o que o mantiveram vivo até então, mas isso não é mais verdade. Sendo obrigado a continuar em um trabalho que não gosta, em um curso que não vê futuro, com mais problemas do que sua psicóloga parece poder lidar e com muitos sonhos que parecem inalcançáveis e que se mantém engavetados, PH - como é mais conhecido por seus amigos - está à beira de um colapso.
Parece que o mundo está correndo cada vez mais rápido e ele está afundando em areia movediça no mesmo lugar. Tudo que faz parece ser um pedido de socorro e ele sente como se não conseguisse mais lidar com tudo ao mesmo tempo.
Decidido a encerrar sua vida, após tentar vencer o luto de uma perda familiar significativa, ele resolve ir embora após realizar pelo menos um dos tantos sonhos que nunca realizou: iria entrar em um trem em Moscou e fazer a Rota Transiberiana da Rússia, uma viagem de trem de sete dias que passaria por diversos lugares incríveis. Era a despedida perfeita para si mesmo.
Se despediu daqueles que eram importantes e usou todos os recursos que tinha para pegar um avião e ir realizar o sonho, certo de que era isso que queria. Porém, durante a viagem e após conhecer diversas pessoas diferentes, algumas mais parecidas com ele do que ele gostaria de admitir, talvez ele comece a repensar o fato de querer que a dor passe, e aprenda mais sobre si mesmo e sobre o mundo.
Talvez não seja sobre ser forte, e sim sobre não fazer tudo sozinho, afinal.