Quando lançamos o olhar sobre a História para iniciarmos algum estudo sobre como se formaram as primeiras sociedades que deram origem ao Estado que hoje conhecemos, nos deparamos com a vasta literatura que preenche esses espaços. São obras e mais obras, escritos deixados por vários autores e doutrinadores que escreveram e especularam sobre este assunto que nos causa, quando não paixão, uma grande admiração. Desses autores, destacam-se alguns poucos e entre esses poucos podemos citar :Thomas Hobbes, Rousseau e Maquiavel. Entre estes, o mais controverso e discutido desde seu tempo até os dias atuais é Maquiavel. Talvez pela grande controvérsia que suas obras produziram tão logo foram publicadas. Contudo, é curioso verificar que muitos dos elementos propostos por Maquiavel em seu mais famoso livro: "O Príncipe", estejam impressos e arraigados na vida política contemporânea.
Nascido em 1469, Maquiavel foi secretário da Signoria de Florença desde 1498 até à restauração de Giuliano de Medici, em 1512. Permanece ainda maldito por uma acusação de ser autor de uma obra publicada postumamente onde destaca o conselho de que, em política, os fins justificam os meios. Entre suas principais obras destacam-se: "Storie Florentine", "Discorsi sopra la prima deca di Tito Livio", "Vita de Castruccio Castracani", "Il Príncipe".
Porém a obra que lhe rendeu a imagem popular de um imoralista cínico, teórico da mendacidade e da violência política, apologista de tiranos, foi "O Príncipe" (título dado pelos editores). Mesmo entre os amigos do escritor houve quem lhe virasse o rosto.
Para Maquiavel, todos os meios justificam os fins no que diz respeito à organização e manutenção do estado. A política é um jogo no qual há de se lidar com obstáculos e divergências, e saber balanceá-las e lidar com tais situações seria algo que Maquiavel apontaria com suas ideias de virtude e fortuna.