Kelvin ouviu Ramiro resmungar em voz baixa no banheiro. Entendia meias palavras dele xingando a tudo e todos que podia, suas roupas, seu médico, Antônio e seus peões e até as próprias fraturas. Estavam agora há duas semanas morando juntos em seu quartinho no Naitandei. Era ótimo poder cuidar dele, se sentia vivendo em uma família, um casal de verdade finalmente. Era só que estar convivendo todo dia, em um contato tão próximo, dormindo junto, tantos toques e carícias entre as paredes daquele quarto... não estava sendo fácil para nenhum dos dois. Tanto desejou que seu homem se libertasse de suas amarras para viver o amor e todos os seus desejos livremente, e por ironia do destino, agora era Kelvin quem precisava ser prudente e sensato para evitar que o namorado se machucasse ainda mais.
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