Namorado Manipulador

Na pequena cidade de vielas silenciosas e casas humildes, Samira era um raio de luz. Seus olhos castanhos brilhavam com a pureza da fé, e suas vestes modestas eram adornadas com a simplicidade que a caracterizava. Era conhecida por seus gestos generosos e pela voz suave que ecoava preces nos corredores da pequena igreja local.
Contudo, a metamorfose gradual de Samira intrigou a comunidade. Sua expressão, outrora serena, agora era obscurecida por uma sombra de impaciência. O sorriso sincero foi substituído por um olhar crítico que avaliava cada detalhe do cotidiano, não por descrença, mas por uma nova perspectiva que a vida lhe proporcionara. Se tornara rasa e superficial. Externava um desdém pelos menos afortunados e uma aura de superioridade pareciam contradizer a essência compassiva que Samira já personificara.