Flores Vermelhas - Sob as asas da liberdade
Eu encontrei uma flor vermelha naquela manhã nevoenta.
Flores vermelhas só voam junto aos pássaros.
Mas em Nebrin, o Leste de Asfaron, os pássaros não voam.
Em Asfaron, poucos têm qualquer liberdade.
Eu apenas comecei a notar a nossa triste realidade nos prelúdios de nesgrath. Tinha apenas quatorze anos quando o mais rigoroso dos invernos surgiu, quando a lua se apagou, quando as florestas se congelaram, quando os frutos apodreceram mesmo no pé e quando a capital tentou nos destruir por uma última vez.
Em meio ao gelo e a um triste passado é que finalmente percebi que, como os pássaros, nós também não tínhamos liberdade.
O preço pela verdade nos custou caro demais.
A nossa história estava prestes a se libertar daquelas neblinas traiçoeiras.
E os 277 anos de tirania de Osrin estavam chegando ao fim.
Talvez, se eu não tivesse visto aquelas pétalas rubras, naquela manhã nevoenta, há 25 anos, jamais poderia saber que eu seria o responsável pelo estopim da maior revolução de Asfaron.
Que eu, Norfin Ignil, seria o assassino do rei.
