O Criador de Corações Partidos

Bato a porta do carro ao entrar.

Meus olhos já estão cheios de água prestes a cair. Estou prestes a transformar essas pequenas águas em fortes cachoeiras. Coloco uma mão na boca para tentar conter. Até a mordo. Mas, não adianta. Relutantemente, uma lágrima cai. Depois outra. Depois outra. Depois, já não estou conseguindo me conter.

Começo a soluçar. Esmurro o volante o suficiente para sentir que vou quebrá-lo. Gostaria de ver qual quebraria primeiro: minha mão ou o volante. Eu juro que, agora, eu só quero sentir dor. Só quero me punir. Quero que minha mão quebre, que o carro exploda comigo dentro.

Eu sempre machuco quem está perto de mim. Eu sempre faço os outros sofrerem. Eu sempre provoco lágrimas nas pessoas que me deram seus melhores sorrisos. Que me colocaram nos seus sonhos. Que me colocaram nos seus futuros.

Como pude deixá-lo ir de novo?

Como pude perdê-lo de novo?

Quero que eu nunca mais precise relembrar quando ele me disse que tudo o que queria era que eu dissesse o que sentia por ele. E nem isso eu fiz. Nem dizer que ele tinha um motivo pra ficar, eu disse.

Muito pelo contrário.

Acho que eu nasci pra ser assim.

Acho que nasci pra ser o criador de corações partidos.

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* OBS.: Essa é só uma estória, ou seja, tudo o que nela ocorrer será fictício;

* OBS. 2: A estória terá algumas cenas explícitas de sexo e abordará alguns temas sensíveis;

* OBS. 3: Romance gay;

* OBS. 4: Não sei quem é o autor da foto, mas dou os devidos créditos. A foto não é minha, achei no Pinterest. Se alguém souber quem a tirou, me avisa pra que eu possa colocar os devidos créditos, por favor;

* OBS. 5: Todos os direitos reservados!