"Há seis anos, sofri uma pane no deserto do Saara. Alguma coisa se quebrara no motor. E como não trazia comigo nem mecânico nem passageiros, pre- parei-me para executar sozinho aquele dificil conserto. Era, para mim, questão de vida ou morte. A água que eu tinha para beber só dava para oito dias.Na primeira noite adormeci sobre a areia, a quilômetros e quilômetros de qualquer terra habitada. Estava mais isolado que um náufrago num bote perdido no meio do oceano. Imaginem qual foi a minha surpresa quando, ao amanhecer, uma vozinha estranha me acordou. Dizia: - Por favor... desenha-me um carneiro! Levantei-me num salto, como se ti vesse sido atingido por um raio. Esfreguei bem os olhos. Olhei ao meu redor. E vi aquele homenzinho extraordinário que me observava seriamente. Olhava para aquela aparição com os olhos arregalados de espanto. Não esqueçam de que eu me achava a quilômetros e quilômetros de qual- quer terra habitada. Quando finalmente consegui falar, perguntei-lhe: - Mas... que fazes aqui? E ele repetiu, então, lentamente, como se estivesse dizendo algo muito sério: Por favor... desenha-me um carneiro! E foi assim que conheci, um dia, o pequeno principe."All Rights Reserved
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